Hoje vou falar-vos de um tema que, decerto, vai causar divergências de opinião. É um tema controverso, que causa impacto mental, físico, interpretativo, concordante e discordante.
Vou falar-vos de: DOMINAÇÃO E SUBMISSÃO, NA PRÁTICA ERÓTICA E SEXUAL
A parte sexual entre pessoas – reportemo-nos à idade adulta – tem, felizmente, evoluído ao longo dos tempos.
Antigamente a MULHER era a serva da casa, quase uma “escrava" do homem. Apenas servia para parir filhos. O sexo era para satisfação do homem e se a mulher quisesse algo mais – gozo, prazer – era pelo próprio marido conotada de galdéria, quiçá de outro nome análogo, mas também pejorativo.
A MULHER era para fazer sexo, não amor. Engravidava e paria. Claro que esta teoria pode ser discutível visto que também haviam mulheres que tinham apenas um ou dois filhos. É verdade. Mas será que gozavam a parte sexual na sua plenitude?
A parte sexual com a autodeterminação da mulher na vida quotidiana – trabalho fora de casa- emprego onde começou a ter salário – fez com que a MULHER evoluísse no conceito sexual e passasse também ela a ser parte ativa no desejo, gozo, prazer, que o sexo proporciona.
O ser humano é insaciável no que tem e ambiciona ter. O sexo não é exceção
A parte sexual foi evoluindo, os gostos foram sendo cada vez mais ousados, e daí terem nascidos vários estilos de comportamento, rituais e práticas, onde se insere o grupo BDSM ( ver abaixo).
A DOMINAÇÃO e SUBMISSÃO faz parte das práticas mais ousadas do BDSM. Este princípio/praxe sexual consiste em um dos intervenientes, exercer sobre o outro, um controlo de autoridade, comando da prática, num contexto sensual, erótico, sexual.
O/A dominador/a que exerce o papel de comando da prática, recebe a submissão do/a outro/a, que aceita esse papel de submisso/a.
Será que a dominação e submissão tem de levar sempre à prática sexual? Não, não tem
Essa praxe, não requer a obrigatoriedade do contacto físico. Pode ser praticado apenas ao nível de um sentimento de prazer psicológico.
Na maioria dos casos, termina com a prática sexual, muitas vezes, usando uma intensidade física, algo “bruta”, quiçá “violenta”, quase “ loucura libidinosa”, podendo atingir o SADOMASOQUISMO, O SADISMO, OU A BONDAGE ( Ver abaixo ).
Do Sadomasoquismo, sadismo, e da bondage falarei noutra possível publicação, caso as minhas leitoras e leitores tenham receptividade para ler e saber.
Existe quem considere esta praxe uma ARTE e fonte de gozo. Afirme peremptoriamente que não existe brutalidade nem qualquer espécie de violência física e/ou psicológica. Aceitável? Discutível?
O texto já vai longo. Peço desculpa pelo meu atrevimento. Espero que gostem de ler e deixem a vossa opinião, sem temores e/ou preconceito. Escrevam de forma natural, adulta, o que pensam sobre esta matéria específica.
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BDSM: A sigla, que vem de palavras em inglês, é um acrónimo para a expressão Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo. Ou seja, pode compreender algum tipo de agressão, como por exemplo "palmadas", "bofetadas", "chicotadas", etc etc etc, se isso gerar prazer sexual aos envolvidos.
Apesar da questão física estar em jogo, tem sempre que existir e estar bem presente na mente de quem está a praticar, a questão do consentimento: ambos precisam ficar 100% de acordo e confortáveis na prática/praxe exercida..
Sadomasoquismo: vem da junção de duas tendências opostas, o sadismo e o masoquismo. Ele serve para descrever práticas consensuais que envolvam a troca de dor física ou emocional.
Sadismo: descreve o prazer sexual derivado da aplicação de dor, degradação, humilhação e sofrimento em geral a outra pessoa. Em contrapartida, o masoquista é aquele que recebe prazer ao ser ferido ou humilhado dentro desse cenário consensual.
Bondage: consiste em prender, amarrar e/ou restringir consensualmente um parceiro para fins estéticos, eróticos e/ou sensoriais. Um parceiro pode ser fisicamente restringido de várias maneiras, incluindo com o uso de corda, algemas, vendas, coleiras, fita adesiva, mordaça, grilhão, entre outros
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* Autora; Mariete Salema*
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