terça-feira, 30 de setembro de 2025

Apavorada.

 


Tinha 19 anos. Menina imberbe. Estava na hora. Sabia que tinha que abrir. Estava apavorada.

Ele, homem sisudo, cerca de 40 anos, dizia:

  • Vá nada receies, abre só mais um pouco

  • Não consigo abrir mais. Eu tremia.

  • Vá menina. Não estevas tão nervosa. Não é a tua 1ª vez, pois não?

  • Não, não é. É a 2º vez.  Estou tão nervosa, 

  • Vá. Tem calma. Abre só mais um pouco. Se continuas temerosa e a fechar, não dá.

  • Sim. Vou abrir mais um pouco. Ai, mais devagar. Ai, ai,  ai, gemia, gemia e gemia.

  • Vá. Já está a entrar. Não vai doer nada.

  • Senti como entrava forte, dura, implacável

  • Nesse momento o barulho do aparelho usado pelo dentista, na minha cabeça, era como um “trovão”. Senti como a broca penetrava na minha gengiva que segurava o dente doente.

  • Fechei os olhos e imaginei que nadava na bela praia de Horseshoe Bay – Bermuda, em que o sonho navega pelas águas límpidas e azuis, do prazer corporal. 


Saí do dentista com menos um dente......... mas feliz.
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