Tinha 19 anos. Menina imberbe. Estava na hora. Sabia que tinha que abrir. Estava apavorada.
Ele, homem sisudo, cerca de 40 anos, dizia:
Vá nada receies, abre só mais um pouco
Não consigo abrir mais. Eu tremia.
Vá menina. Não estevas tão nervosa. Não é a tua 1ª vez, pois não?
Não, não é. É a 2º vez. Estou tão nervosa,
Vá. Tem calma. Abre só mais um pouco. Se continuas temerosa e a fechar, não dá.
Sim. Vou abrir mais um pouco. Ai, mais devagar. Ai, ai, ai, gemia, gemia e gemia.
Vá. Já está a entrar. Não vai doer nada.
Senti como entrava forte, dura, implacável
Nesse momento o barulho do aparelho usado pelo dentista, na minha cabeça, era como um “trovão”. Senti como a broca penetrava na minha gengiva que segurava o dente doente.
Fechei os olhos e imaginei que nadava na bela praia de Horseshoe Bay – Bermuda, em que o sonho navega pelas águas límpidas e azuis, do prazer corporal.